Docentes do PPGCOM colaboram com o livro Diário da Quarentena, do GrisLab

O lançamento do livro ocorre nesta quinta-feira (20), às 14h (de Brasília) pelo canal do YouTube do PPGCOM/UFMG.

Professores do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Poder (PPGCOM/UFMT) colaboram com textos e análises no livro Diário da Quarentena: a pandemia de Covid-19 como acontecimento, do Grupo de Pesquisa em Imagem e Sociabilidade (Gris), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), editado pelo Selo PPGCOM/UFMG. O livro já está disponível gratuitamente no site do Programa.

O lançamento da obra ocorre nesta quinta-feira (20), às 14h de Brasília, pelo canal do YouTube do PPGCOM/UFMG. Com organização de Vera França (UFMG), Paula Simões (UFMG), Terezinha Silva (UFSC), Fabíola Souza (UFOP) e Samuel Silveira (UFMG), com apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). 

Os relatos, análises e reflexões constituem o período vivido de março a setembro de 2020, sendo dividido em grupos temáticos, como grupos vulneráveis; saúde; religião; política; cotidiano; cenário internacional; reflexões; ciência e educação; mídia e entretenimento.

Entre os professores do PPGCOM/UFMT que colaboraram com o livro estão: Tamires Coêlho; Pedro Pinto; Vinicius Souza; Jociene Pedrini e Luãn Chagas. Também estão os professores do Departamento de Comunicação Social, Carlos Rocha e Dôuglas Ferreira, e a jornalista pela UFMT Juliana Alves.

Confira, em áudio, o terceiro epsódio do podcast Conversa de Pesquisa, que trata do lançamento da obra Diário da Quarentena: 

O livro traz discussões geradas pelo Laboratório de Análise de Acontecimentos (GrisLab), com colaboradoras e colaboradores de várias instituições. Diante do contexto de negacionismo científico e ineficiência do governo federal em controlar a transmissão da Covid-19, tornou-se fundamental, segundo eles, registrar esse momento trágico e discutir como se chegou a isso.

Para a professora do PPGCOM/UFMT, Tamires Coêlho, as discussões proporcionadas no GrisLab fomentaram perspectivas críticas não apenas pelo aspecto comunicacional, mas também de impacto direto na sociedade. “Eu faço parte do GrisLab desde a época do meu doutorado. Então, eu acabei escrevendo no Diário da Quarentena textos em diferentes momentos da pandemia no ano passado, durante os meses em que a gente se propôs a fazer esses debates e a pensar nessas pautas. Eu escrevi textos bastantes diversos, desde pensar a questão do impacto do sistema prisional até pensar como é que isso afetou povos indígenas, a questão do luto, pensar nas chuvas, o sertão, como é que isso se articula com a questão da pandemia, enfim”, afirma a docente. 

O que conecta todos os textos, segundo ela, é a reflexão sobre os impactos da pandemia em diferentes desdobramentos que atingiram vários estratos da comunidade em geral. Além disso, o livro se torna um registro histórico sobre o que aconteceu no começo da pandemia. “Essa obra marca temporalmente esses primeiros meses de pandemia e como isso impactou a sociedade. Eu acho que é uma obra muito importante nesse sentido. É um momento histórico importante”, explica Tamires.

Cada texto traz uma dimensão da afetação, da construção de sentido e das rupturas provocadas pelo acontecimento. 

Prof. Pedro Pinto de Oliveira Professor colaborador associado ao PPGCOM

O que coincide com o que destaca o professor e pesquisador colaborador do PPGCOM/UFMT, Pedro Pinto de Oliveira, para o qual os textos não são uma coleção de fatos, mas sim um registro sensível de um processo de mudanças sociais. “Cada texto traz uma dimensão da afetação, da construção de sentido e das rupturas provocadas pelo acontecimento. Neste contexto, podemos ver como os sujeitos sofrem e reagem à pandemia, e as condições de mudanças, como o isolamento e a quarentena”, disse ele.

Em perspectiva com o que aconteceu no ano passado e o contexto atual, Pedro também aborda uma análise sobre as responsabilidades do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). “A análise resgata também a performance de sujeitos, por exemplo, que não cumpriram com a responsabilidade do seu cargo público, caso do presidente Bolsonaro, investigado hoje por suas ações e omissões em uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] do Senado”,  salienta Pedro.

O país já registra, em números oficiais, mais de 15 milhões de casos de Covid-19, com 440 mil mortes, de acordo com dados das secretarias estaduais de saúde, até esta quarta-feira (19), compilados pelo consórcio de veículos de imprensa.

 

Contribuições dos docentes do PPGCOM e da UFMT no livro

Produções da professora Tamires Coêlho presentes na obra: 

“Rotinas afetadas pela pandemia e pelas incertezas”;  

“Diante da Covid-19, povos tradicionais 143 lutam contra o governo anti-indígena”; 

“O enfrentamento do vírus e da mortalidade 145 em comunidades indígenas”; 

“As condições desumanas no cárcere brasileiro 147 expostas pela pandemia”, junto com a jornalista pela UFMT Juliana Alves; 

“Chuvas no Sertão e a ressignificação da pandemia”; 

“O luto e a possibilidade de ressignificar 265 a morte em memoriais digitais”;

“Sara Giromini como um espelho do bolsonarismo”, junto com Cecília Sousa; 

“Iniciativas de “choque” contra a 331 pandemia enquanto o Planalto se ausenta”; 

“Distopia brasileira: 401 entre a naturalização do estupro e a condenação de vítimas”, com Cecília Sousa e Chloé Leurquin.

Da professora Jociene Pedrini: “O capital financeiro fica esverdeado”.

Do professor Luãn Chagas: “O rádio e o áudio no combate ao coronavírus”.

Do professor Pedro Pinto de Oliveira

“Sanfona na live de Bolsonaro “do bem”: 275 mortos atrapalham o presidente”; 

“Entre sorrisos, Bolsonaro esvazia a marca 383 dos 100 mil brasileiros mortos”.

Do professor Dôuglas Ferreira

“A greve dos entregadores e a materialidade sobre as costas”; 

“Trabalho remoto no serviço público: 377 uma armadilha da flexibilização”.

Do professor Vinicius Souza: “Pandemia acelera processo de genocídio dos povos originários”.

Do professor da UFMT Carlos Rocha: “Um presidente suspeito: 365 a cobertura do anúncio de Bolsonaro com Covid-19”.

 

Matéria escrita por Rogério Júnior (estudante de graduação em Jornalismo) e editada por Safira Campos (mestranda do PPGCOM), no âmbito do projeto de extensão ‘Tornar Comum: Divulgação de Ciência em Comunicação e Poder’.

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