Compós publica livro sobre midiatização, intolerância e reconhecimento com capítulo de professor do PPGCOM

Obra traz capítulos do professor Vinicius Souza e da professora da UFMG Ângela Marques, que deu a aula inaugural do PPGCOM

A Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós) acaba de lançar o livro Midiatização, (In)tolerância e Reconhecimentopublicado por meio de parceria entre a Compós e a Editora da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA).

Organizado pelas pesquisadoras Bárbara Heller (Unip), Danila Cal (UFPA) e Ana Paula da Rosa (Unisinos), o livro procura valorizar a alteridade como postura ética e política, estimular a reflexão sobre a conversão de experiências de desrespeito em força motriz por reconhecimento ao mesmo tempo em que evidencia dissonâncias, contraditórios e, especificamente, como a comunicação lida com tais questões em uma sociedade marcada pela midiatização.

Capa do livro Midiatização, (in)tolerância e reconhecimento (2020). Reprodução

A Compós se sente orgulhosa em oferecer à sociedade o livro Midiatização, (In)tolerância e Reconhecimento, trazendo os resultados das pesquisas brasileiras da área de comunicação que abordam esse problema urgente

Maurício Ribeiro Presidente da Compós

“Hoje, a intolerância é um fato global, que atinge a tudo e a todos na realidade, alimentado pela velocidade das redes. Compreender esse fenômeno que em muitos casos faz regredir as conquistas civilizatórias dos últimos séculos é atualmente uma das mais importantes tarefas da humanidade. Diante desse quadro, a Compós se sente orgulhosa em oferecer à sociedade o livro Midiatização, (In)tolerância e Reconhecimento, trazendo os resultados das pesquisas brasileiras da área de comunicação que abordam esse problema urgente, o qual precisamos compreender e encarar”, declara Maurício Ribeiro da Silva, presidente da Compós.

A publicação faz parte de uma política da Compós de editar livros por meio de chamada pública para participação em coletâneas, previamente aprovadas pelo conselho da Associação. Foram recebidos 35 artigos, avaliados com a participação de 15 pareceristas de diferentes instituições.  

Pelo menos dois dos capítulos do livro têm aderência ainda maior às discussões realizadas no âmbito PPGCOM: Não farás para ti imagem: fé, política e pensamento mágico-imagético-circular, do professor Vinicius Souza, vinculado à Linha de Pesquisa Estéticas e Narrativas; e Midiatizações da intolerância em narrativas de migrantes no Brasil, escrito por Luís Martino, da Faculdade Cásper Líbero, e Ângela Marques, da UFMG, que proferiu a aula inaugural do PPGCOM.

“A Comissão Organizadora recebe com muita alegria o livro, fruto de dois anos de trabalho junto à Diretoria da Compós e aos pesquisadores da área. Ao final desse período, fomos surpreendidos com a pandemia do novo coronavírus, com os perigos decorrentes e com as limitações que a quarentena nos impôs”, avalia Bárbara Heller.

Nesse cenário, as desigualdades sociais ficaram ainda mais evidentes e graves. “Os capítulos do livro, embora não tratem da saúde pública, ajudam a explicar as injustiças cometidas por grupos sociais hegemônicos, frequentemente atravessados pelas mídias, em tempo recorde, contra os menos favorecidos”, complementa.

 

Estrutura da obra

São 16 capítulos, desenvolvidos por 43 pesquisadores de 13 universidades brasileiras, organizados em cinco eixos temáticos.

O livro inicia-se com o eixo Midiatização, Discursos de Ódio e Feminicídio, com artigos em torno da ideia central de que a midiatização da sociedade pode favorecer a circulação de discursos de ódio e de intolerância.

O segundo eixo, Reconhecimento, Intolerância e Moralidades, focaliza a dimensão moral das demandas por reconhecimento e das possibilidades e tensões ligadas aos processos identitários e aos embates por reconhecimento em contextos conservadores.

Já o terceiro eixo, Migrações, Alteridade e Cultura reflete sobre as situações de refúgio, sobre vítimas da intolerância religiosa, política ou econômica em seus países de origem.

No quarto eixo, Corpos, Sexualidades e Performances no Audiovisual, os capítulos problematizam como os corpos não normativos são representados no audiovisual brasileiro e como têm saído da invisibilidade.

O quinto e último eixo, Disputas de Sentidos Imagéticos, Censura e Consumo, tematiza a importância de não se negar a prática da censura durante o governo militar, as multiplicidades de sentidos quando nos deparamos com as imagens e como elas participam da indústria do consumo.

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