Pesquisadora do PPGCOM debate desigualdade de gênero em colóquio internacional

Tamires Coêlho destaca a importância do evento no fortalecimento de laços com pesquisadores da América Latina

Entre os dias 27 e 29 de maio de 2020, o grupo de pesquisa Processocom, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), promoveu o V Colóquio Internacional de Investigação Crítica em Comunicação.

Diante do cenário de pandemia, pela primeira vez o evento foi realizado e transmitido integralmente pela internet. A professora do PPGCOM Tamires Ferreira Coêlho proferiu a palestra Desigualdade de Gênero na Cobertura Jornalística da Pandemia de Covid-19.

A docente, que é também vice-líder do grupo de pesquisa Ciclo (Grupo de Pesquisa em Comunicação, Política e Cidadania), ressaltou a importância do evento para a articulação de pesquisadores membros da Rede AmLat, rede temática de cooperação “Comunicação, cidadania, educação e integração”, à qual o Ciclo é associado.

 

O Colóquio é um evento muito relevante para nosso campo e a consolidação de pontes entre pesquisadores latino-americanos. Sua realização este ano foi especialmente marcada por partilhas que nos ajudaram a entender a América Latina de forma mais abrangente, em termos de combate à pandemia e de implementação de políticas educacionais e científicas em um contexto de crise.

Tamires Coêlho Pesquisadora do PPGCOM

A palestra abordou uma análise de matérias jornalísticas coletadas em 1º de maio de 2020, dia do trabalhador (frequentemente não lembrado também como dia da trabalhadora), e tensionou o esquecimento dos trabalhos de cuidado dentro do que é valorizado como profissão ou função social.

“Em um momento em que uma parte considerável do país estava (ou deveria estar) em isolamento domiciliar, associado à pandemia, ponderei que seria interessante olhar para essa cobertura, justamente porque o que não é considerado ‘trabalho’ acaba ocupando muitas de nossas horas e passa a estar na esfera do visível, seja pelo modo como nos afeta distintamente quando nosso único espaço de circulação e convívio é a casa; seja pela forma como sobrecarrega mais visivelmente mulheres, que estão menos produtivas que os homens no mercado”, explicou a professora Tamires Coêlho.

A dificuldade de abordagem da mulher na condição de trabalhadora tem relação com a divisão sexual do trabalho.

 

Segundo Tamires Coêlho, as mulheres acumulam uma série de outros afazeres ainda considerados “menores”, ainda que já tenha ocorrido uma complexificação da relação entre movimentos feministas e conceito de trabalho nas últimas décadas.

O evento contou ainda com a participação de pesquisadores de Argentina, Venezuela, Equador, Colômbia, Uruguai, México, Bolívia, Peru, Chile, Brasil e Espanha.

 

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