Letícia Cesarino, docente e pesquisadora da UFSC, ministrou a atividade
Aline Nunes*
Bruno Fernandes*
Gustavo Klimiuk*
A semana de abertura do semestre 2025/1 do Programa de Pós Graduação em Comunicação (PPGCOM/UFMT) foi finalizada na última quinta-feira (13) com a aula inaugural do semestre. O evento foi aberto para interessados, além dos estudantes que iniciam agora sua trajetória acadêmica, e contou com a presença da professora doutora Letícia Cesarino, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A aula ministrada abordou o tema “Indústria Tech e Populismo digital: ressonâncias contemporâneas no Brasil e EUA”, que apresentou resultados de estudos realizados pela pesquisadora, que é cientista social e se dedica a pesquisar o campo das humanidades digitais, ecologia da mente e pós-neoliberalismo.

Cesarino explicou sobre a abordagem cibernética e seu surgimento, como uma forma de apresentar o panorama da pesquisa hoje, mostrou as nuances do populismo, principalmente em sua esfera digital iniciada após 2008 e, por fim, apresentou os aspectos da aceleração, causada pela pandemia e que traz reflexos até os dias de hoje.
“O espaço digital é onde esse tipo de política populista se prolifera hoje, mais do que era antes. Boa parte das lideranças forma a sua base de eleitores em espaços digitais. Então, a ideia do populismo digital existe para pensar como que isso acontece e por que que a própria estrutura das plataformas que a gente tem hoje ajuda esse tipo de política mais do tipo populista”, explicou a doutora sobre a importância de entender o populismo em um âmbito digital.
As experiências de quem inicia o percurso no mestrado
A primeira aula do semestre marcou, também, a experiência de primeiro contato de alguns estudantes com o mestrado, como foi o caso de Thiago Crepaldi, que inicia sua pós-graduação em 2025. O estudante viu na palestra insights que o ajudarão em sua pesquisa, que tem o objetivo de verificar a comunicação da direita na política.
“Esse é um tema, para mim, de muito interesse, justamente um tema que eu trouxe para trabalhar no mestrado, que é a questão da comunicação do bolsonarismo, especialmente dos parlamentares de direita”, explicou Crepaldi.
A aula apresentada pela professora tem afinidades com o tema geral presente no mestrado em Comunicação da UFMT, Comunicação e Poder. A escolha da pesquisadora em Ciências Sociais não foi um acaso, mas sim uma forma de contribuir com o conhecimento, não somente do corpo de estudantes, como também dos professores que ministram as aulas e podem enxergar, nos estudos de outras pessoas, novas formas de abordagem.
“Quando a gente fala em novas tecnologias da informação, em tecnologias digitais, estamos falando em concentrações de poder, no sentido de poder econômico, social e político. Então, pensar nessa relação e como ela acontece na nossa sociedade, no pós-neoliberalismo que a Letícia traz, é fundamental”, explicou a professora doutora Nealla Machado, docente do mestrado, que realiza pesquisas nas áreas Gênero e Sexualidade, Raça, Jornalismo, Internet, Mídias Sociais e Violência contra a Mulher.
Por fim, a aula magna contou com a presença do professor doutor Bruno Araújo, que, além de participar como docente do PPGCOM, é pró-reitor de Pesquisa da UFMT. Ele explicou a importância de ter uma pesquisadora de outra universidade em Cuiabá e como a pesquisa deve ser vista como um dos pilares não somente para a formação acadêmica, como também para o desenvolvimento da sociedade.
“Não há possibilidade de transformação social, de construção de políticas públicas, sem antes compreendermos a dinâmica dos processos que desafiam a sociedade brasileira, por exemplo as questões que dizem respeito aos extremismos, aos efeitos que isso tem sobre a qualidade da nossa democracia. A universidade, ao promover eventos como este, cumpre um papel social fundamental de compreensão do mundo para transformá-lo”, explicou o pró-reitor.
*Estudantes de Jornalismo da UFMT e integrantes do projeto de extensão “Empiria: agência de jornalismo e divulgação científica”