O dossiê conta com artigo escrito por Pedro Augusto Pereira, mestrando do PPGCOM/UFMT, e sua orientadora, Tamires Coêlho.
A Contemporânea, Revista de Comunicação e Cultura do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea da Universidade Federal da Bahia (UFBA), lançou nesta segunda-feira (22) o dossiê Raça, Mídia e Comunicação Antirracista, organizado por Gabriela Almeida (ESPM-SP), Jorge Cardoso Filho (UFRB/UFBA) e Deivison Campos (ULBRA). O dossiê conta com o artigo “Testemunhos revelados por tecnologias racistas: fotografias de família e ressignificação de precariedades no YouTube”, escrito por Pedro Augusto Pereira, mestrando do PPGCOM/UFMT, e sua orientadora, Tamires Coêlho.
A ideia do dossiê surgiu em 2020, com a proposição do Colóquio Por uma comunicação antirracista: epistemologias, metodologias e práticas culturais, que abriu as atividades do Grupo de Pesquisa Estéticas, Políticas do Corpo e Gêneros no congresso nacional da Intercom, e que contou, à época, com a participação de Pedro e Tamires dentre os trabalhos que abordaram as interrelações entre raça e mídia no país.
A publicação de integrantes do PPGCOM/UFMT na Contemporânea analisa fotografias retiradas de “arquivos” familiares, apresentadas por Samuel Gomes em um vídeo publicado no canal Guardei no Armário, no YouTube, abordando a relação de sujeitos racializados com as (im)possibilidades tecnológicas instauradas pelo sistema fotográfico de produção, considerando-as para além da intenção inicial do vídeo de celebração e rememoração. O artigo parte de reflexões de Didi-Huberman sobre imagens como testemunhos, atos de fala, que revelam muito sobre as condições nas quais essas imagens foram produzidas.
Dentre outros aspectos, a docente e o mestrando constatam que o racismo impregnado nos aparelhos contribui para que a consolidação de um padrão do que é belo subsidiado na branquitude. Além disso, reúnem dados sobre o fato de a configuração tecnológica racista se tornar um obstáculo à construção de memória das pessoas negras, impedindo a preservação de registros familiares para sujeitos racializados por meio das fotografias, apagando traços e singularidades de quem compõe a maior parte do povo brasileiro.
Confira o artigo “Testemunhos revelados por tecnologias racistas: fotografias de família e ressignificação de precariedades no YouTube” aqui.
Acesse a edição completa do dossiê.