Mestranda do PPGCOM realiza evento sobre jornalismo cultural pela Lei Aldir Blanc; Jotabê Medeiros está entre os convidados

Projeto aprovado em edital estadual tem nomes como o jornalista e crítico cultural Jotabê Medeiros e ampla programação para jornalistas, estudantes e artistas

Uma ‘maratona’ de jornalismo cultural acontece entre os dias 9 e 15 de março de 2021, com ampla programação de palestras, debates e oficinas totalmente online e gratuita. Idealizado pela jornalista e mestranda do PPGCOM da UFMT, Maria Clara Cabral, e contemplada pela Lei Aldir Blanc em Mato Grosso, o evento coloca em diálogo profissionais mato-grossenses, público e o paraibano Jotabê Medeiros, referência no jornalismo cultural brasileiro.

Integram a programação, os jornalistas Lorenzo Falcão, do site especializado em Cultura, TyrannusMelancholicus; Bruna Obadowski, que atualmente coordena o Laboratório de Comunicação e Cultura (Labcom A Lente); o gerente da Rádio Assembleia, Eduardo Ferreira, e a jornalista Marianna Marimon (ambos, criadores do site Cidadão Cultura).

Também integra o quadro de colaboradores do projeto a jornalista e mestre pelo Programa de Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO-UFMT) Lidiane Barros, que fortalece a produção do evento e a idealização do projeto com sua bagagem e paixão pelo segmento.

A jornalista Maria Clara, mestranda no PPGCOM e proponente da ‘Maratona Jornalismo Cultural: (In)Formar Público’, conta que a idéia do evento nasceu junto ao seu projeto de pesquisa, em que ela estuda o jornalismo cultural em Cuiabá. “É um projeto que parte da vontade de entender as experiências desses jornalistas que cobrem cultura e suas atuações em um Estado como o nosso, muito pautado economicamente e culturalmente pelo agronegócio”, explica.

Dentre suas inquietações acerca do tema está o incômodo com a ideia de que o jornalismo cultural reporta apenas artes – e que a arte está distante das vivências da população – e isento das relações de poder que cercam as práticas jornalísticas.

“Acredito que o jornalismo cultural possa ser um instrumento de pertencimento, onde a população reconheça sua identidade e se coloque como produtora de cultura. É um segmento do jornalismo que também pode tratar de políticas públicas, empoderamento, patrimônio, economia criativa e questões afetivas que atravessam as cidades. É extremamente importante em Mato Grosso falar de cultura popular, cultura dos povos indígenas, culturas urbanas periféricas…”, justifica Maria Clara.

O jornalismo cultural pode ser um instrumento de pertencimento, onde a população reconheça sua identidade e se coloque como produtora de cultura. É extremamente importante em Mato Grosso falar de cultura popular, cultura dos povos indígenas, culturas urbanas periféricas.

Maria Clara Cabral Mestranda do PPGCOM e idealizadora do evento

O projeto foi contemplado pelo edital da MT Nascentes na categoria de “projetos de formação em backstage”, realizado pela Secretaria do Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT) com recursos federais da Lei Aldir Blanc, do Governo Federal via Secretaria Nacional da Cultura do Ministério do Turismo.

Para Maria, o jornalismo é um “super elemento” do backstage cultural, nas assessorias de imprensa e redações. “É preciso que seja também, reconhecido como importante componente da cadeia produtiva da cultura”, frisa.

As atividades são voltadas principalmente para jornalistas, estudantes, produtores culturais artistas, mas está aberta a todos os interessados. A ideia é criar novas conexões a partir das atividades: “Conectar as pessoas que querem pensar a cultura dentro do jornalismo, ou o jornalismo dentro da cultura, e, quem sabe, a partir dessas atividades, surgirem novos projetos e experiências conjuntas”, vislumbra.

Jotabê Medeiros, referência no jornalismo cultural brasileiro, participa do evento
Maria Clara Cabral, mestranda do PPGCOM
Abertura

A programação começa no dia 9 de março, terça-feira, às 16h, com quatro palestras: “Arte e jornalismo in(fusão)”, com Lorenzo Falcão; seguido de “Assessoria de comunicação para (in)formação de plateia” com Lidiane Barros, às 16h30; “Cultura na TV e Rádio mato-grossense”, com Eduardo Ferreira, às 17h e “A arte de fazer jornalismo literário”, com Marianna Marimon, às 17h30. Em seguida, das 18h às 19h, acontece um debate mediado por Maria Clara.

Encerrando a mostra de abertura, Jotabê Medeiros traz um “Panorama do jornalismo e da crítica cultural no Brasil”, a partir das 20h, seguido de outro debate.

Jotabê tem mais de três décadas de profissão e atualmente comanda o “Farofa-fá” na Carta Capital. Já atuou em veículos como a CNT/Gazeta, Veja São Paulo e jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, e é autor das biografias ‘Belchior – Apenas umRapaz Latino-Americano (Todavia, 2017)’ e ‘Raul Seixas – Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019)’.

A Mostra de Abertura será transmitida pelo canal do Youtube da Maratona Jornalismo Cultural.

 

Debates, oficinas e minicurso

Além da mostra de abertura – para a qual não é necessário se inscrever – o evento terá debates, oficinas e minicursos. Dentre elas, uma atividade com a Mídia Ninja, rede colaborativa que nasce em Cuiabá a partir de práticas do jornalismo cultural independente; e oficina de jornalismo cultural voltada a rádios comunitárias e produtores de podcasts, realizada pelo ativista cultural e artista multimídia Eduardo Ferreira, que também é comunicador e gerente da Rádio Assembleia.

Para essas atividades, as inscrições acontecem entre 25 de fevereiro e 03 de março.

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