Mato Grosso é um dos estados brasileiros onde os índices de feminicídio e violência contra as mulheres mais cresceu nos últimos anos
A violência contra as mulheres no Brasil foi tema do I Encontro Mulheres pela Vida, realizado nos dias 5 e 6 de março de 2020 na UFMT. O evento foi promovido pelo PPGCOM em parceria com o PPG em Antropologia Social e grupos da sociedade civil.
O encontro promoveu um espaço de discussões e trocas de experiências entre representantes de grupos e movimentos sociais, alunas, professoras, pesquisadoras, representantes de instituições judiciais e da sociedade civil.Uma das razões da iniciativa foi o aumento acentuado do índice de feminicídio e violência contra as mulheres no país. Mato Grosso é um dos estados onde esse índice mais cresceu nos últimos anos.
Para debater o tema sob diferentes ângulos, o evento contou com três rodas de conversa, exibição de curta-metragem e shows temáticos.
Mediada pela educadora Josi Crispim, a roda de conversa “Aspectos jurídicos e psicológicos da violência contra as mulheres” recebeu a defensora pública do Núcleo de Violência Doméstica, Rosana Leite, a delegada responsável pela Delegacia da Mulher, Jozirlete, a vice-presidente da Comissão de Igualdade Racial da OABMT, Naryanne Cristina Ramos Souza e a psicóloga Letícia Corrêa Gonçalvez.
Na roda de conversa “Violência contra mulheres indígenas e negras”, participaram as convidadas: Ms.Renata Cristina dos Santos (IFMT/ALF, Mestre em Antropologia – Sexualidade Chiquitana), Profa. Dra. Candida Soares da Costa (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações e Educação – NEPRE), Profa. Dra. Suely Dulce de Castilho (PPG em Educação; Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Quilombola); Maria Elizandra Lopes Torekureuda (psicóloga e mestranda em Antropologia Social pela UFMT – etnia Boror), Dra. Nalva Maizokaero Ferreira de Souza (médica do DSEI/Cuiabá – saúde da mulher indígena – etnia Paresí)
Houve espaço, ainda, para discutir o papel da mídia na construção de representações que reforçam estereótipos contra as mulheres e a violência de gênero. Na roda de conversa “O feminicídio abordado pela mídia”, depois de assistirem ao curta “Quem matou Eloá”, realizado por Lívia Perez em 2015, o púbico discutiu o tema com as professoras do PPGCOM Letícia Capanema e Tamires Ferreira Coêlho, a professora de jornalismo Nealla Machado, a professora e crítica de cinema e audiovisual Aline Wendipap e a cineasta Daniela Bertolini, idealizadora do Festival de Cinema Tudo sobre Mulheres.
Além das discussões desenvolvidas nos dois dias, o encontro alcançou resultados práticos. A defensora pública Rosana Leite, do Núcleo de Violência Doméstica, encaminhou à Diretoria da Polícia Judiciária Civil e à Secretaria de Segurança Pública pedido para que mulheres trans sejam incluídas na descrição da Lei Maria da Penha.
No encerramento, os participantes assistiram a um show temático dos artistas Seven Mônica Magalhães da Silva, Endson Santana Souza e Silva (HEND), Josi Crispim, Renata Crizanto e Deize Àguena.
O I Encontro Mulheres pela Vida contou com a presença de aproximadamente 150 pessoas, com ampla participação do público.
O evento, que ocorreu no Auditório do Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da UFMT, foi coordenado pela professora Letícia Capanema (PPGCOM/UFMT), pela educadora e musicista Josi Crispim e pela antropóloga Renata Cristina dos Santos (IFMT/Alta Floresta).
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